FICÇÕES CORPORAIS

Artista: Déborah Alessandra, Curadoria: Maria Eugênia Matricardi

OBRAS

FICÇÕES CORPORAIS

Ficções Corporais é um trabalho que se situa na fronteira entre a dança contemporânea e as artes visuais e investiga as relações entre corpo, tecnologia e política.  A partir de auto registros em vídeo e fotografia, a artista Déborah Alessandra cria fabulações de corpos possíveis, capazes de inaugurar discussões sobre as construções históricas e sociais que determinam as noções de corpo, corpo feminino, tecnologia e identidade. 

A Exposição Ficções Corporais ocupou a Casa de Cultura do Varjão, no Distrito Federal, no período de 14 a 17 de novembro de 2024. A versão virtual fica disponível em www.ficcoescorporais.com.br por 30 dias, entre 13/12/2024 e 12/01/2025

FICÇÕES CORPORAIS

Ficções Corporais é um trabalho que se situa na fronteira entre a dança contemporânea e as artes visuais e investiga as relações entre corpo, tecnologia e política.  A partir de auto registros em vídeo e fotografia, a artista Déborah Alessandra cria fabulações de corpos possíveis, capazes de inaugurar discussões sobre as construções históricas e sociais que determinam as noções de corpo, corpo feminino, tecnologia e identidade. 

A Exposição Ficções Corporais ocupou a Casa de Cultura do Varjão, no Distrito Federal, no período de 14 a 17 de novembro de 2024. A versão virtual fica disponível em www.ficcoescorporais.com.br por 30 dias, entre 13/12/2024 e 12/01/2025

AUTODESCRIÇÃO

Déborah Alessandra tem 39 anos, é uma mulher magra, branca com 1,75m de altura. Tem cabelos escuros, longos e encaracolados.

CURADORIA

Nossa primeira e última arquitetura. Nesse corpo, multidão, não caminhamos sozinhes. Do átomo que dança  no vazio ao cálcio que compõe as estrelas, nossa pele se estende em pixels, poros, pólen polinizando gestos: lugares possíveis; se dilui em tela, se deixa abrir por bisturis, morre na ruína dos ossos e festeja com as migalhas da memória. Já não sabemos diferenciar natureza e cultura: corpo prótese, ponte-safena, tecnologias de gênero, lentes, laser, roupas, carros- extensões de um corpo ciborgue. 

No corpo projeto meus desejos. Vivo. Penetro. Sou outros corpos: a língua, perfeita extensão do meu cérebro, toca toda a superfície do mundo, e com ela posso ver melhor o que minhas mãos não escutam apenas no primeiro toque. Nesse corpo alcanço o êxtase, e, me parece que para chegar nesse lugar que se localiza totalmente fora do meu corpo, porque carne-pele-órgãos muito pesados para alçar o vôo necessário, é justamente pelo corpo que me lanço para fora dele.

Temos, na alquimia do suor que escorre, o ingrediente mágico das bruxas: a abertura para testemunhar a partir do que não se sabe um corpo que não reconhecemos, mas, que ao olhar para qualquer caco de espelho, percebemos de forma estranha que somos nós. Somos? Para além de qualquer imagem que venha a nos capturar com frases imperativas, para qualquer promessa milagrosa de cosméticos, ou forma que não nos cabe pela imensidão das dobras e das marcas de guerra trazidas pela vida. Esse território de delírio, de batalha, de delícia, de dor, é justamente onde posso elaborar as ficções corporais, multiplicando corpo no corpo.

O trabalho de Déborah Alessandra sobrepõe, decompõe, inventa corpos para si mesma, nos quais, quando miramos, reconhecemos o eu, esse si mesmo que não se constitui sem olhar e presença do outro, ou a repetição de si, que ao retornar para imagem cria outro corpo. Na série Corpo em Devir, a imagem se deforma, fazendo com que a ideia de vídeo retrato, que historicamente vêm da pintura e passa a partir do século XIX pela fotografia, possa desdizer a realidade do corpo: a imagem já não se comporta mais como um recorte do tempo que quer capturar a realidade, nem como a idealização da pintura que melhorava os traços daqueles que não se enquadravam na perspectiva da beleza: ela faz do corpo bicho, coisa estranha, um corpo que só consegue existir naquela forma dentro da virtualidade. Até que essa composição/decomposição da forma deixe de ser e passe a ser Corpo Abstrato: objeto? escultura? O que seus dentes escutam? Como se comportam seus dedos quando piscam? O que vê a boca? Por mais que se tente, o corpo guarda algo indomesticável.

Maria Eugênia Matricardi

BIOGRAFIA
DA ARTISTA

Déborah Alessandra é atriz, bailarina, performer, coreógrafa e diretora. É graduada em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília – UnB. Integrou o Laboratório de Performance e Teatro do Vazio (LPTV). É membro do Laboratório Ábaco de Pesquisas Interdisciplinares sobre Tecnologias e Educação, em que pesquisa Tecnologias Digitais, Práticas Artísticas e Educação, vinculado à UnB e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico). Integrou a Anti Status Quo Companhia de Dança e é colaboradora do grupo brasiliense Cia Viçeras. 

Tem pesquisado as artes contemporâneas da cena e seus desdobramentos nos diversos trabalhos que executa e nos grupos artísticos por que tem passado. Tem interesse pelos trabalhos multimídia e de intersecção entre as diversas linguagens, o que a faz acumular trabalhos de palco, de galeria, de rua, de vídeo e de live streaming. Suas criações envolvem investigações sobre diferentes práticas artísticas e articulam noções de corpo, identidade e política. 

FICHA TÉCNICA
EXPOSIÇÃO

criação, pesquisa e coordenação geral:
Déborah Alessandra

coreógrafa e bailarina:
Déborah Alessandra

curadoria:
Maria Eugênia Matricardi

residência artística:
Lua Cavalcante

direção de produção:
Aline Cardoso

produção executiva:
Tarcísio Paniago

assistente de produção:
Ana Matuza, André Campos e Philipe Gottelib

sonorização:
Débora Zimmer

coordenadora editorial e arte gráfica:
Camila Torres

plataforma digital:
Camila Torres e João Pedro Freitas

coordenador pedagógico:
Rogério Luiz

monitoria da exposição:
André Campos e Philipe Gottelib

montagem:
Matilha / Marley Oliveira e Giba Cançado

montagem de vídeo:
Jefferson Landim

assessoria de imprensa:
Clara Camarano

mídias sociais:
Jesso Alves

consultor de audiodescrição
e acessibilidade digital:
Milton Peres

especialista em acessibilidade:
Iury Ferraz

intérprete de libras:
Iury Ferraz

audiodescrição:
Fernando Franq

mediadora roda de conversa:
Maria Eugênia Matricardi

arte-educadora / oficina:
Déborah Alessandra

fotógrafo e cinegrafista:
Tarcísio Paniago

apoio:
Logo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal
realização:
As logos da Lei Paulo Gustavo, em paralelo à logo do Ministério da Cultura do Governo Federal do Brasil.